Time do Flamengo de Futsal
A ideia de viver do futsal começou a mudar na cabeça de Antony nos últimos oito meses. Tempo em que o experiente pivô de 30 anos do Flamengo, casado e pai de um filho, convive com o atraso no pagamento dos salários. Por conta disso, ele resolveu voltar a cursar a faculdade de Educação Física para ter uma outra fonte de renda, sem precisar mais contar com a ajuda da mãe, que se mostrou fundamental no momento difícil. Na próxima semana, Antony e seus companheiros de equipe pretendem ir à Gávea conversar com a nova diretoria rubro-negra para tentar um acordo. Na quarta-feira, a presidente Patrícia Amorim tomou conhecimento do problema e pediu ao departamento financeiro um levantamento do que é devido para poder começar a pagar, a exemplo do que vem sendo feito com outras modalidades.
- Consegui levar os últimos meses porque tinha uma reserva ainda do tempo em que joguei na Rússia, no Azerbaijão e no Paraná. Tive que voltar para o Rio porque meu filho de 3 anos não se adaptou ao frio que fazia no Sul. Mas agora está ficando difícil, insustentável. Minha mãe está tendo que me ajudar nas coisas que estão faltando. Voltei a estudar e quero conseguir um trabalho porque está muito difícil viver hoje de futsal no Rio. Estrutura profissional só mesmo no interior. Recebi propostas de times de Santa Catarina e do Paraná, mas não quero deixar a cidade agora - disse Antony.
Segundo ele, a amizade e união do grupo foram os fatores que motivaram os jogadores a sair de casa todos os dias na última temporada. Alguns deles, contaram com a colaboração de outros companheiros.
- Muita gente não tem outra fonte de renda ou família para dar uma ajuda. Para não deixar o time cair, dávamos carona para uns, pagávamos a passagem de outros que não tinham dinheiro para ir treinar. Ao longo da temporada, sempre buscamos a diretoria do futsal, que é vinculada à do futebol, para resolver a situação. Ameaçamos até uma greve, ficamos um dia sem treinar e dois salários saíram logo depois. A folha não deve chegar a R$ 25 mil. Esse valor o reserva do reserva do reserva do futebol deve ganhar. A gente fica chateado pelo descaso, porque no nosso time a média salarial é de R$ 1.000 e estávamos tirando dinheiro do bolso para jogar. Em tese, temos um sistema semiprofissional, mas com cobrança de profissional - afirmou o goleiro Rafael Pazos, que divide seu tempo entre a quadra e o trabalho como advogado.
Cria da Gávea, onde começou a jogar em 1997, o ala Diego Panazio nunca imaginou passar por uma crise como essa em seu clube de coração. Em 2008, ano em que o Flamengo foi campeão estadual, a equipe ficou sem receber por cinco meses. Mas nenhum deles acreditava que a situação pudesse se repetir.
- Não sei de quem foi a culpa na administração passada. Hoje nós temos a esperança de que a Patrícia possa nos ajudar. Ela entrou agora e acabou herdando esse problema, mas sabemos que é uma defensora dos esportes. Eu, como flamenguista, quero mais que venha o Vagner Love, o Adriano, que têm salários maiores do que a nossa folha, mas a gente fica chateado porque não recebemos em 2009 o valor que merecíamos. Apesar do problemas, jogamos pela torcida, pelo respeito que temos pelo Flamengo - disse Panazio, melhor jogador do Rio em 2007 e um dos destaques do título de 2008.
- Não sei de quem foi a culpa na administração passada. Hoje nós temos a esperança de que a Patrícia possa nos ajudar. Ela entrou agora e acabou herdando esse problema, mas sabemos que é uma defensora dos esportes. Eu, como flamenguista, quero mais que venha o Vagner Love, o Adriano, que têm salários maiores do que a nossa folha, mas a gente fica chateado porque não recebemos em 2009 o valor que merecíamos. Apesar do problemas, jogamos pela torcida, pelo respeito que temos pelo Flamengo - disse Panazio, melhor jogador do Rio em 2007 e um dos destaques do título de 2008.
Fonte: Globo.com
Marivaldo Lima
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