quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Sob olhar de Joel Santana, Botafogo se recupera com vitória sobre o Tigres: 2 a 1


Comemoração do gol do Botafogo, é hora de unição

Joel Santana acompanhou ainda do lado de fora a primeira partida do Botafogo após a derrota por 6 a 0 para o Vasco. O novo treinador não deve ter se empolgado com a atuação do time, mas pelo menos pôde comemorar a vitória por 2 a 1 sobre o Tigres, nesta quarta-feira, em São Januário, pela quarta rodada da Taça Rio . A equipe, que mostrou nervosismo e teve Leandro Guerreiro expulso aos 24 minutos do segundo tempo, foi comandada interinamente pelo auxiliar Jair Ventura, que contou com a torcida especial do pai Jairzinho, ídolo alvinegro presente ao estádio.

Na próxima rodada, o Botafogo, que segue na terceira posição do Grupo B, com nove pontos, enfrenta o América no Engenhão, sábado, na estreia de Joel Santana. No mesmo dia, o Tigres, sexto colocado, joga fora de casa contra o Resende.

Com um público extremamente reduzido - aparentemente menor do que os quase dois mil anunciados no placar eletrônico -, São Januário viveu uma noite melancólica, retrato da situação que o Botafogo vivia ao entrar em campo. Desde o apito inicial, a pequena torcida deixava claro quais eram os seus alvos. A cada toque na bola, Alessandro, Fahel e Lucio Flavio recebiam vaias, o que não contribuía em nada para que houvesse a tranquilidade necessária em campo. Uma faixa pedia a saída do trio e do ausente Eduardo, expulso contra o Vasco. O gerente de futebol Anderson Barros também sofreu com protestos.

Nervosismo toma conta até do frio goleiro Jefferson, que sai machucado

Assim, como era esperado, o Botafogo iniciou a partida mostrando nervosismo. Com muitos erros de passe, a equipe foi ligeiramente dominada pelo Tigres nos primeiros minutos. A defesa continuava mostrando a mesma fragilidade do clássico contra o Vasco, principalmente nas bolas aéreas. Nesse fundamento, Gilcimar era o mais perigoso, apesar da extrema falta de habilidade, errando a pontaria.

Mas apesar da atuação ainda confusa, o Botafogo abriu o placar aos 14 minutos. Lucio Flavio avançou pela esquerda, chutou cruzado, e Marcos Paulo espalmou. Renato completou no rebote, e a bola explodiu na zaga, sobrando para Herrera. Na grande área, o argentino teve tranquilidade para ajeitar o corpo e acertar o canto esquerdo, fazendo 1 a 0.

Alexandre Cassiano/O Globo

Poucos torcedores e muitos protestos na casa do algoz: reflexo da goleada sofrida para o Vasco

A frieza de Herrera, porém, era exceção. Apesar da vantagem, a equipe se manteve afoita, errando muitos passes e dando espaços para o Tigres, que começou a criar chances ainda mais cristalinas. Gilcimar esteve por duas vezes frente a frente com Jefferson: na primeira, aos 34 minutos, o goleiro levou a melhor; na segunda, o camisa 1 repôs a bola de forma errada e, na tentativa de evitar o gol, chocou-se com o atacante adversário. Jefferson não conseguiu ficar no campo e foi substituído por Renan, aos 44 minutos. A primeira etapa terminou pouco depois de Loco Abreu, de cabeça, fazer sua primeira tentativa a gol com a camisa do Alvinegro.

Mesmo depois de uma conversa no vestiário entre Joel Santana e o interino Jair Ventura, o Botafogo retornou para o segundo tempo sem alterações. E logo aos seis minutos, a equipe se beneficiou da jogada aérea para ampliar o marcador. Lucio Flavio cobrou falta na área, Loco Abreu desviou e Antônio Carlos apareceu para, de cabeça, completar para o gol, fazendo 2 a 0.

A vantagem fez com que o Botafogo tivesse mais calma, mas apenas no ataque. Enquanto na frente as chances eram criadas, a defesa continuava a bater cabeça, cometendo erros primários de posicionamento e marcação. O nervosismo era tanto que Leandro Guerreiro cometeu falta violenta em Gilberto e foi expulso aos 24 minutos. A reação imediata do interino Jair Ventura foi substituir Loco Abreu pelo volante Somália.

A partir de então, o Botafogo adotou a estratégia de se fechar em seu campo defensivo e explorar os contra-ataques. O time avançava pouco, e a torcida só se manifestou quando Fahel fez uma falta dura. O volante já tinha o amarelo e da arquibancada veio o grito: "Expulsa! Expulsa!". "Joel, barra o Fahel" também foi trilha sonora no estádio.

O Tigres voltou a crescer, pressionou, e marcou seu gol aos 41 minutos. Oziel, que teve uma passagem por General Severiano, cobrou falta no ângulo direito de Renan. Aos 45, Leão cabeceou no travessão. O cenário era preocupante, mas o apito final aliviou os alvinegros.

Fonte: Globo.com
Marivaldo Lima

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