quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Mais do que símbolo, torcedora é 'mãezona' de jogadores do São Raimundo

Aposentada Lucinda oferece refeições e até lava roupa de atletas da equipe que enfrenta o Botafogo nesta quarta-feira, em Santarém
Gustavo Rotstein/GLOBOESPORTE.COM  

Dona Lucinda e as roupas lavadas do zagueiro Marabá. Ela é 'mãezona' de todos os jogadores

Dizer que Lucinda Pereira é torcedora-símbolo do São Raimundo é utilizar um termo restrito. A professora aposentada, de 58 anos, é considerada uma mãe para os jogadores que integram o elenco do atual campeão da Série D do Campeonato Brasileiro, adversário do Botafogo nesta quarta-feira, pela primeira fase da Copa do Brasil. Além de comparecer a todas as partidas da Pantera no Estádio Colosso do Tapajós, ela ocupa a função de dar carinho aos jogadores que moram na cidade de Santarém (PA) mas estão longe de seus familiares.

Ao receber a reportagem do GLOBOESPORTE.COM em sua casa, localizada a poucos metros do Panterão, como é conhecida a sede do São Raimundo, Lucinda mostra com orgulho a decoração, cheia de símbolos do clube e fotos da equipe, principalmente aquela que conquistou o título da Quarta Divisão nacional, em 2009. Mas no quintal é que está pendurada a prova do amor materno. Ela costuma lavar e secar a roupa dos jogadores, como mais uma forma de mostrar seu carinho por tudo o que envolve seu clube de coração.

- Os meninos ficam longe de suas famílias e precisam de alguém que cuide deles. Não gosto que filho meu ande sujo por aí. Também gosto que eles freqüentem minha casa e se sintam bem. Costumo fazer café e alguns almoços - disse ela, que prepara uma peixada para os jogadores nesta quinta-feira, torcendo que o ambiente seja de festa por um bom resultado diante do Botafogo.


Gustavo Rotstein/GLOBOESPORTE.COM

Dona Lucinda segura imagem de São Raimundo, e ao fundo a bandeira do São Raimundo Esporte Clube

Lucinda conta que sua devoção pelo São Raimundo e o carinho pelos jogadores nasceram há sete anos, quando se aposentou. Segundo a dona de casa, a depressão bateu, e aquilo que se tornou medo de sair de casa foi transformado em necessidade de encher sua casa de jogadores da equipe.

- Sempre frequentei a geral do estádio, tenho um lugar cativo. Mas há três anos cozinho para os meninos e trato como filhos. Faço café, ofereço frutas e rezo muito por eles - disse.

Antes de assumir o lugar na geral nas partidas, Lucinda vai até a porta do vestiário transmitir sua força aos jogadores e distribuir balas de menta.

- Eu uso para minha garganta e eles gostam também - explicou.

Nesta quarta-feira, será o Botafogo que vai buscar sair do Colosso do Tapajós com um doce sabor de vitória na boca.

Fonte: Globo.com
Marivaldo Lima

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