Irreverente como sempre, Túlio Maravilha recebeu o GLOBOESPORTE.COM na última quarta-feira, dia 3 de março, para uma reportagem que mostrou o dia-a-dia do atacante que se divide entre a família, a carreira de vereador e a busca pelo gol mil. Apesar da correria por causa de sua agenda apertada, o atacante conseguiu reservar um tempo para uma conversa com a equipe.
Reservar talvez não seja o termo correto, já que Christiann e Tulienne, filhos gêmeos do jogador, de apenas dois anos, não largam o pai e chegam até a “participar” da entrevista. A pouca idade, porém, não deixa os garotos terem a dimensão daquilo que Túlio fala. Mas o atacante espera deixar sua marca gravada para sempre no futebol. Assim, depois que crescerem, os dois poderão compreender melhor o sobrenome Maravilha que carregam na certidão de nascimento.
Reservar talvez não seja o termo correto, já que Christiann e Tulienne, filhos gêmeos do jogador, de apenas dois anos, não largam o pai e chegam até a “participar” da entrevista. A pouca idade, porém, não deixa os garotos terem a dimensão daquilo que Túlio fala. Mas o atacante espera deixar sua marca gravada para sempre no futebol. Assim, depois que crescerem, os dois poderão compreender melhor o sobrenome Maravilha que carregam na certidão de nascimento.
- Eu quero que lembrem de mim como um dos maiores artilheiros da história do futebol mundial. É esse o legado que eu quero deixar – revela, sem falsa modéstia.
Durante o bate-papo, Túlio fala o porquê de nunca ter disputado uma Copa do Mundo, comenta o trabalho de Dunga à frente da seleção e pede Ronaldinho Gaúcho entre os 23 convocados. E, claro, fala da identificação com o Botafogo e a busca pelo gol mil (segundo sua contas).
- Com certeza, seria um gol histórico se fosse com passe do El Loco.
Confira abaixo a entrevista completa com o atacante Túlio Maravilha:
Qual seria o cenário ideal para o seu gol mil?
R: O local a gente já sabe: seria no Engenhão. Se eu pudesse escolher, seria de bicicleta, uma coisinha simples. O Pelé fez de pênalti, no Maracanã; o Romário também fez de pênalti, mas em São Januário. Então, quero fazer de bicicleta para não ficar repetitivo. Mas como não posso escolher, vai de qualquer jeito mesmo.
R: O local a gente já sabe: seria no Engenhão. Se eu pudesse escolher, seria de bicicleta, uma coisinha simples. O Pelé fez de pênalti, no Maracanã; o Romário também fez de pênalti, mas em São Januário. Então, quero fazer de bicicleta para não ficar repetitivo. Mas como não posso escolher, vai de qualquer jeito mesmo.
Quem seria a pessoa ideal para te dar o passe decisivo? O El Loco Abreu?
Quem sabe? 2011 está chegando. Pode ser passe dele ou do Herrera. Mas, com certeza, seria um gol histórico se fosse com passe do El Loco.
E como se chamaria a dupla Túlio-Abreu? Essa é fácil: El Loco Maravilha.
Você criou a fama de ser fanfarrão, folclórico. Você se vê assim?
O meu jeito é esse: irreverente, carismático, extrovertido. Estou sempre do lado do bem. Os apelidos acontecem. O importante é que o futebol é alegria e eu tento passar isso para os torcedores. O futebol está tão pressionado, tão profissional...Tem que descontrair o ambiente. Esse é meu jeito de ser. A torcida do Botafogo me conhece como Túlio Maravilha. Se deu certo assim, não é agora que eu vou mudar.
Acha que faz falta ao futebol jogadores irreverentes como você?
O futebol está ficando um pouco metódico. Fica naquela mesmice, na rotina. Mas eu não culpo os jogadores. Culpo mais as torcidas organizadas. E a incidência de violência dentro e fora de campo. Nós, jogadores, que somos referência, temos que dar o exemplo de paz. Mas, se tiver um pouquinho de criatividade e senso de marketing, igual eu faço, dá para conciliar um pouco de irreverência, rivalidade sadia e provocação. Tudo no bom sentido.
Você é conhecido por soltar sempre pérolas durante as entrevistas. Lembra das que ficaram mais marcadas?
Uma que eu falei é que eu ia fazer o gol melancia. Vermelho por fora e verde por dentro. Foi no Campeonato Goiano 2001. Eu estava no Vila Nova e marquei em cima do Goiás, que foi o clube da minha base, onde eu comecei. Outro foi quando eu joguei contra o Goiás, em 96. O repórter virou para mim e falou: “eles estão vindo com o Dill, artilheiro” e eu respondi: “se eles tão vindo com o Dill, eu vou com o anticoncepcional”.
Você criou a fama de ser fanfarrão, folclórico. Você se vê assim?
O meu jeito é esse: irreverente, carismático, extrovertido. Estou sempre do lado do bem. Os apelidos acontecem. O importante é que o futebol é alegria e eu tento passar isso para os torcedores. O futebol está tão pressionado, tão profissional...Tem que descontrair o ambiente. Esse é meu jeito de ser. A torcida do Botafogo me conhece como Túlio Maravilha. Se deu certo assim, não é agora que eu vou mudar.
Acha que faz falta ao futebol jogadores irreverentes como você?
O futebol está ficando um pouco metódico. Fica naquela mesmice, na rotina. Mas eu não culpo os jogadores. Culpo mais as torcidas organizadas. E a incidência de violência dentro e fora de campo. Nós, jogadores, que somos referência, temos que dar o exemplo de paz. Mas, se tiver um pouquinho de criatividade e senso de marketing, igual eu faço, dá para conciliar um pouco de irreverência, rivalidade sadia e provocação. Tudo no bom sentido.
Você é conhecido por soltar sempre pérolas durante as entrevistas. Lembra das que ficaram mais marcadas?
Uma que eu falei é que eu ia fazer o gol melancia. Vermelho por fora e verde por dentro. Foi no Campeonato Goiano 2001. Eu estava no Vila Nova e marquei em cima do Goiás, que foi o clube da minha base, onde eu comecei. Outro foi quando eu joguei contra o Goiás, em 96. O repórter virou para mim e falou: “eles estão vindo com o Dill, artilheiro” e eu respondi: “se eles tão vindo com o Dill, eu vou com o anticoncepcional”.
Túlio foi o terceiro vereador mais votado
Em 95, você disse que era o “rei do Rio”. Hoje, como jogador e vereador, se sente o “rei de Goiânia”?
Eu não sou o rei de nada. Em 95, eu Romário e Renato Gaúcho brincávamos com isso. O Túlio hoje é o rei da alegria. Rei do alto-astral.
Você teve uma ótima fase na década de 90, principalmente no Botafogo, mas não teve muitas chances na seleção e nem disputou uma Copa do Mundo. Ficou alguma tristeza por isso?
Copa do Mundo é momento. Em 94, o grupo já estava fechado e eu estava chegando da Suíça. Tive só uns cinco meses no Botafogo, então não tive nem como ter essa oportunidade. Em 98, também não estava atravessando um bom momento, então também não merecia. Em 2002, muito menos. Por isso, não tenho essa mágoa de não ter jogado uma Copa, não. Hoje sou o que sou, independentemente de ter jogado a Copa.
Depois de conquistar o Brasileiro pelo Botafogo em 1995, você acertou com o Corinthians e acabou não tendo muitas oportunidades no clube. Acha que isso te tirou as chances de ir para a Copa?
Você teve uma ótima fase na década de 90, principalmente no Botafogo, mas não teve muitas chances na seleção e nem disputou uma Copa do Mundo. Ficou alguma tristeza por isso?
Copa do Mundo é momento. Em 94, o grupo já estava fechado e eu estava chegando da Suíça. Tive só uns cinco meses no Botafogo, então não tive nem como ter essa oportunidade. Em 98, também não estava atravessando um bom momento, então também não merecia. Em 2002, muito menos. Por isso, não tenho essa mágoa de não ter jogado uma Copa, não. Hoje sou o que sou, independentemente de ter jogado a Copa.
Depois de conquistar o Brasileiro pelo Botafogo em 1995, você acertou com o Corinthians e acabou não tendo muitas oportunidades no clube. Acha que isso te tirou as chances de ir para a Copa?
Isso também. Se eu tivesse bola de cristal, não teria saído do Botafogo nunca. Estaria até hoje jogando lá. Seria o maior artilheiro da história do clube, com certeza. E teria ganhado vários títulos. Foi um erro e paguei por isso.
Já que estamos falando de seleção, Ronaldinho Gaúcho merece ser convocado para a Copa?
Se eu fosse técnico, eu levaria. Está em uma boa fase. E, por tudo que já fez, merece. Mas é a opinião do Dunga. A gente respeita. Ele tem os seus critérios. Tem que dar crédito e ficar junto para o Brasil trazer o hexacampeonato.
Já que estamos falando de seleção, Ronaldinho Gaúcho merece ser convocado para a Copa?
Se eu fosse técnico, eu levaria. Está em uma boa fase. E, por tudo que já fez, merece. Mas é a opinião do Dunga. A gente respeita. Ele tem os seus critérios. Tem que dar crédito e ficar junto para o Brasil trazer o hexacampeonato.
Na sua opinião, Ronaldinho merece ir para a Copa. Mas e o Dunga? Merece?
Merece. O Dunga está quebrando vários preconceitos. Um técnico que nunca treinou uma equipe e vai direto para uma seleção brasileira mostra que tem caráter e personalidade. Estou torcendo para ele porque jogamos juntos, somos amigos, e o sucesso dele é o nosso sucesso.
Pensa em se tornar treinador quando encerrar a carreira?
Não, não passa isso pela minha cabeça. Eu quero que lembrem de mim como um dos maiores artilheiros da história do futebol mundial. É esse o legado que eu quero deixar. A gente sabe que nem sempre grandes jogadores se dão bem na carreira de técnico. Para ser xingado de burro, só como jogador. Como treinador, não.
Apesar dos muitos gols, você não chegou a fazer carreira sólida na Europa (Túlio passou pela Suíça e pela Hungria, mas ficou pouco tempo nos dois países). Por que?
Na verdade, não surgiu nenhuma grande proposta. Quando eu estava no auge, em 95, não apareceu um Real Madrid, um Barcelona, ou algum time desse nível. Por isso, decidi ficar mais tempo no Brasil.
Até hoje, o gol que você marcou contra o Santos na final do Brasileiro de 95 é discutido. O que acha disso?
Eu acho bom. Graças a Deus que esse gol saiu e que fomos campeões. Tenho maior orgulho de dizer que fiz o gol do título. É igual o gol contra a Argentina que eu dei uma ajeitada de mão e o juiz validou. Não tem como voltar atrás. O pessoal reclama, mas não tem como. O que está escrito, está escrito.
Na campo político, no que você acha que pode mais contribuir para Goiânia?
O meu foco principal são o “Instituto Túlio Maravilha” e as Vilas Olímpicas, que são núcleos onde as crianças menos favorecidas poderão praticar um esporte. Esse instituto eu quero expandir para todo o Brasil. Se as crianças não forem campeãs olímpicas, tudo bem. Mas serão campeãs da vida. A verba virá de instituições públicas e particulares. O atleta Túlio Maravilha até poderia conseguir isso, mas seria mais complicado. Como vereador, fica mais fácil.
Apesar dos muitos gols, você não chegou a fazer carreira sólida na Europa (Túlio passou pela Suíça e pela Hungria, mas ficou pouco tempo nos dois países). Por que?
Na verdade, não surgiu nenhuma grande proposta. Quando eu estava no auge, em 95, não apareceu um Real Madrid, um Barcelona, ou algum time desse nível. Por isso, decidi ficar mais tempo no Brasil.
Até hoje, o gol que você marcou contra o Santos na final do Brasileiro de 95 é discutido. O que acha disso?
Eu acho bom. Graças a Deus que esse gol saiu e que fomos campeões. Tenho maior orgulho de dizer que fiz o gol do título. É igual o gol contra a Argentina que eu dei uma ajeitada de mão e o juiz validou. Não tem como voltar atrás. O pessoal reclama, mas não tem como. O que está escrito, está escrito.
Na campo político, no que você acha que pode mais contribuir para Goiânia?
O meu foco principal são o “Instituto Túlio Maravilha” e as Vilas Olímpicas, que são núcleos onde as crianças menos favorecidas poderão praticar um esporte. Esse instituto eu quero expandir para todo o Brasil. Se as crianças não forem campeãs olímpicas, tudo bem. Mas serão campeãs da vida. A verba virá de instituições públicas e particulares. O atleta Túlio Maravilha até poderia conseguir isso, mas seria mais complicado. Como vereador, fica mais fácil.
No dia anterior à eleição para Goiânia, você perdeu um pênalti. Dizem que perdeu muitos votos também por causa disso...
É verdade! Foram dois jogos pela Série B, quando eu jogava pelo Vila Nova. Contra o Paraná, no fim de semana, eu perdi um pênalti e nós empatamos. Aí, na sexta-feira, contra o Barueri, eu acabei errando um pênalti e o time perdeu. Se eu tivesse marcado esses dois pênaltis, eu teria batido o recorde de votos aqui em Goiânia (Túlio foi o terceiro vereador mais votado da cidade).
Você vai lançar um livro, não é verdade? O que ele vai contar?
A gente está fazendo a autobiografia. O nome será “Eu, Túlio Maravilha”. Vai contar desde a minha infância e adolescência, passando pelo começo como jogador no Goiás. Depois a entrada na carreira política e como conciliar isso com o futebol. Vai ter várias histórias do futebol também.
Mudando de assunto...você era muito fã do Mickey. Ainda continua?
Era. Foi uma fase. Tinha acabado de chegar da Suíça e tinha muitos brinquedos do Mickey. Tinha toda a coleção. Desde cuecas até carrinhos. Minha mania agora é comprar para os filhos.
Era. Foi uma fase. Tinha acabado de chegar da Suíça e tinha muitos brinquedos do Mickey. Tinha toda a coleção. Desde cuecas até carrinhos. Minha mania agora é comprar para os filhos.
Fonte: Globo.com
Marivaldo Lima
Nenhum comentário:
Postar um comentário