Hoje testemunhei um pedainho doce da história. Eu estava dentro do Camp Nou lotado e vi uma atuação inacreditável de Lionel Messi. Com quatro gols e muitos lances de velocidade e habilidade, ele simplesmente despachou os ingleses para Londres e deixou o mundo todo sem palavras, sem ação, apenas sorrindo meio de bobo de alegria verdadeira.
Eu vi, mas sigo quase sem crer. Vi o belo. O mágico. O espetacular. A arte. O grito. O riso. Vi o futebol em seu estado mais deslumbrante. Vi e mal posso acreditar.
Sabe essas histórias que a gente ouve na infância de pais a avôs, com Garrincha e Didi como personagens…? Aquelas que você acaba desconfiando e pensando (sem dizer nada) “ele está exagerando”…? Pois é. Eu vi hoje uma história igualzinha àquelas diante dos meus olhos. E custo a crer.
Messi é um desses extraterrestres que, de vez em quando, vêm nos visitar para fazer renascer o futebol e arrastar multidões. É um monstro com estatura para entrar no glorioso panteão de Maradonas, Beckenbauers, Romários e Rivelinos… E pasme: tem só vinte e dois anos.
Ontem, entrevistando vários jornalistas da Catalunha, ouvi que Messi já pode ser comparado a Maradona porque, inclusive, conquistou várias glórias que Dom Diego tentou ao longo da carreira sem sucesso. Não concordo. Acho que nada se compara – nem de longe – a uma Copa do Mundo. Provavelmente é um sentimento de defesa dos espanhóis e ingleses ao tratarem a Liga dos Campeões como a competição mais valiosa do futebol. Não é.
Por isso, para mim, Messi ainda tem uma Copa do Mundo pela frente. E, aí sim, seria comparável (ou, quem sabe, superior – oh, sacrilégio!) a Diego Maradona. Potencial para isso, estatura para isso (embora nanico – e eu acabei de comprovar, cruzando com ele nos corredores do estádio) ele tem. Estamos diante de um gênio que ainda pode muito, muito mais.
Hoje o mundo da bola viveu uma noite de festa. Hoje eu vivi um dia maravilhoso. Pela manhã visitei o Parque Güell, de Gaudi. À noite vi os quatro gols de Messi. Dá quase no mesmo.
Por isso garanto: meus filhos e netos ainda vão ouvir falar muito neste seis de abril de dois mil e dez.
Fonte: Expresso da Bola
Marivaldo Lima
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