Neste domingo, no entanto, a joia santista mostrou um lado que poucos conheciam: o do comando. No momento em que Roberto Brum foi expulso e o Santos ficou com oito jogadores em campo, Dorival Júnior pensou em sacar o meia. Ele mostrou personalidade e se recusou.a sair. Disse que precisava ficar em campo para manter a posse de bola. E, sozinho, cumpriu seu objetivo. Assim que Sálvio Spínola Fagundes Filho apitou o fim da partida, o guerreiro desabou, esgotado.
Ganso passa pela marcação de Alê, do Santo André: meia foi o comandante do time na decisão
Desde pequeno, Ganso se mostrava promissor
Desde que começou a jogar futebol de salão em Belém, no Pará, ele já mostrava o estilo de jogo inteligente. Atuou na base dos três clubes paraenses, Remo, Tuna Luso e Paysandu, e já chamava a atenção. - O Henrique sempre foi diferenciado, inteligente taticamente, e tem um pé esquerdo muito bom. Quando começou comigo, aos sete anos (no futsal do Tuna), eu colocava uma fita e marcava uma falta sempre que ele chutava com a perna esquerda. Insistia para ele bater com a direita, para tentar ser o mais completo possível. E ele ficava doido com isso. Chutava e fazia gols com a direita só para me provocar, para provar que não usava o pé só para subir no ônibus - contou Carlos Alberto Carvalho, o Capitão, primeiro treinador de Ganso, em entrevista recente ao GLOBOESPORTE.COM.
Quando chegou ao Santos, em 2005, trazido pelo ídolo e conterrâneo Giovanni, ele era apenas Paulo Henrique Lima. Virou Ganso graças ao sarro do roupeiro Otávio Rodrigues, do time sub-20 do Peixe. Quando via aquele grupo de moleques tímidos chegando para fazer peneira no clube, Rodrigues não se continha:
- Lá vem aquele monte de gansos - dizia.
Paulo Henrique curtiu o apelido. Já havia passado no teste com sobras, treinava no time sub-17, mas pedia para ser chamado de Ganso. Hoje em dia, a própria família adotou o apelido como se fosse um sobrenome.
- O pessoal me chama de Maria Creuza Ganso e eu gosto! - gargalha a mãe e principal incentivadora do craque alvinegro.
Embora o Peixe conte com os badalados Neymar e Robinho, é Ganso quem recebe os maiores elogios do técnico Dorival Júnior. O treinador considera o jovem meia o ponto de equilíbrio da equipe.
- Ele é um jogador muito inteligente, que imprime um ritmo forte ao jogo mesmo sem ser um velocista. O Paulo faz a bola correr e tem um passe muito bom. Realmente, é um meia raro hoje em dia.
Idas e vindas
Paulo Henrique Ganso, porém, demorou a engrenar. Após ser um destaques da Copa São Paulo de Futebol Júnior, em 2008, ele foi promovido ao time principal, mas não agradou ao técnico Emerson Leão, que o considerava lento demais. Leão, então, o mandou de volta para a base.
Ganso, no entanto, não desanimou. Voltou a se destacar nos campeonatos menores, fazendo gols, acertando bons passes. Quando Leão foi demitido e Cuca, contratado para substituí-lo, o meia novamente foi promovido ao time de cima. O garoto chegou a ser titular em alguns jogos, mas logo surgiu um novo obstáculo: Cuca foi demitido e, com isso, Ganso retornou aos juniores. O desânimo tomou conta do jogador.
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Pensei até em parar de jogar. Achei que não ia dar"
Fonte: Globo.com
Marivaldo Lima
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