Tata e Murtosa são companheiros fieis de Muricy e
Felipão
Parceiros há mais de dez anos, Muricy e Tata se encontraram pela primeira vez ainda na adolescência, quando rivalizavam nas peladas dos campinhos da Zona Sul de São Paulo. Em lados opostos nas partidas, os dois se separam depois de seguirem carreira como profissionais. Só se reencontraram Clube Atlético Indiano, onde ex-jogadores participavam de peladinhas, nos anos 90. Em 1999, trabalharam juntos pela primeira vez. E começaram uma parceria de sucesso, principalmente no São Paulo, onde conquistaram três títulos do Brasileiro.
- Nós jogávamos contra, na época tínhamos uns 14, 15 anos. Depois cada um seguiu sua vida. Ele foi para o São Paulo, para o México, eu fui para o Juventus, o Santos, e nos encontrávamos como adversários. Ficamos muito tempo sem nos vermos, até que, no fim da carreira, nos juntamos para jogar no Clube Atlético Indiano. Voltamos a ficar amigos. Em 99 fui contratado para ser dirigente da Portuguesa Santista e o chamei para ser treinador. Só não estivemos juntos no Náutico (2001/02) – relembrou Tata, auxiliar de Muricy Ramalho no Fluminense.
Muricy (foto) tem Tata como companheiro há 11 anos
- Mas ele também é legal, brinca e ri muito, até dele mesmo. Todas as pessoas que convivem com o Muricy gostam dele pelo senso de justiça que tem. Pode errar, mas não é injusto - defendeu Tata.
No lado palmeirense, Murtosa também é o bombeiro de Felipão. De jeito divertido e bom de papo, o auxiliar do treinador alviverde foi quem tomou a iniciativa da parceria, em 1983. Depois de se enfrentarem pelos gramados do Rio Grande do Sul - Murtosa como meia-direita e Scolari como zagueiro - , eles se reencontraram no Brasil de Pelotas.
Murtosa foi chamado para assumir como técnico, mas não aceitou e indicou o atual parceiro. No início, houve desconfiança por parte de Scolari. Foram mais ou menos 15 minutos de cara amarrada, até que uma conversa fez com que os dois acertassem os ponteiros.
- Fomos jantar com um diretor, e o Felipão perguntou se eu não queria ser o treinador. Aí contei que a indicação para que ele assumisse o time tinha sido minha. Eu sou formado em Educação Física, fui preparador e já tinha sido treinador, mas não queria naquele momento. Depois disso as coisas ficaram melhores entre nós - contou.
Os 27 anos de parceria só foram interrompidos entre 1993 e 1996. Depois de uma temporada no Oriente Médio com Felipão, Murtosa resolveu comprar umas terras e virar fazendeiro. Se arrependeu um ano depois, mas levou dois para se render totalmente ao convite do amigo para juntar-se a ele no Grêmio.
Felipão e Murtosa já levantaram título até com a
Seleção Brasileira
- Eu fiquei acompanhando os campeonatos. Quando ele falou que voltaria do Japão, sabia a situação de todos os clubes. Sugeri o Palmeiras porque o time estava passando por uma reformulação e ele poderia montar um time novinho - comentou Murtosa, que gaba-se de falar com Felipão pelo olhar.
O sucesso conquistado no Palmeiras - foram títulos da Copa do Brasil, Libertadores e Mercosul – foi repetido na Seleção Brasileira, onde eles levantaram o pentacampeonato mundial. Sucesso que Muricy e Tata estiveram perto de sentir, quando o treinador foi convidado para assumir o time nacional, mas acabou esbarrando no desejo do Fluminense de que o contrato não fosse quebrado.
- O pensamento dele é mais ou menos como o meu. Divergimos em pouquíssimas coisas, mas no futebol pensamos igual. Quando ele decidiu que não ia porque o Fluminense não liberou, as coisas ficaram conturbadas. Foi uma opção dele. Ele queria ir, o maior sonho de todo treinador é trabalhar na Seleção Brasileira.
Sonho que Muricy ainda persegue e que Tata deseja ver, como coadjuvante. Assim como Murtosa fez com Felipao.
Fonte: Globo.com
Marivaldo Lima
Nenhum comentário:
Postar um comentário