Não foi preciso ser tão arrojado quanto Rubens Barrichello ao ultrapassar Schumacher no GP da Hungria de F-1. Jogando em sua pista, o Maracanã, o Fluminense fez valer o melhor carro, deixou o Atlético-PR para trás, pegou a reta oposta e assumiu a liderança do Grande Prêmio do Brasileirão neste fim de semana. Para isso, contou ainda com a falha mecânica do Corinthians, que empatou o clássico com o Palmeiras, e, com o chefe de equipe Muricy Ramalho dando as ordens, tem asfalto limpo pela frente pelo menos até a próxima rodada.
Se neste domingo a liderança do Flu dividiu as manchetes com a ousadia de Barrichello, o automobilismo já fazia parte da realidade de alguns tricolores antes mesmo da vitória sobre o Furacão. Ciente deste hobby, o GLOBOESPORTE.COM convidou quatro “pilotos” para curtirem a boa fase em velocidade. Como costumam fazer em seus dias livres, Diguinho, Marquinho, Ricardo Berna e Cássio aceitaram participar de um desafio de Kart.
Demonstrando total entrosamento fora de campo, os jogadores aproveitaram o encontro descontraído e não perderam a chance de provocar um ao outro.
- Cassio, Marquinho, Berna e Diguinho: clima descontraído
- Vocês podem reparar que o capacete do Marquinho é especial, né? É um pouco maior. Não sei o motivo – brincou Diguinho, apontando para o nariz.
Com equipamento próprio, cópia do usado pelo italiano Valentino Rossi, supercampeão da MotoGP, o apoiador prometeu dar o troco na pista.
- Deixa ele.
‘Hamilton’ Diguinho faz a pole e tira onda
Enquanto trocavam os calções e chuteiras por macacões e capacetes, ninguém queria arriscar quem seria o Corinthians das pistas. Com respeito ao principal adversário na tabela, preferiram ser Michael Schumacher. O único que fugiu do alemão foi Diguinho, e se deu bem.
Fã do inglês Lewis Hamilton, o volante pisou fundo na tomada de tempo e fez a pole position, com 28s98, seguido pelo “companheiro de equipe” Marquinho. Cássio, o menos experiente, largou em último, enquanto Berna ficou com a terceira posição.
Diguinho, Marquinho, Cássio e Ricardo Berna: prontos para pilotar
Antes do sinal verde, Diguinho não perdeu a oportunidade de tirar um sarro dos companheiros:
- Sou favorito, fiz a pole. Espero que os mecânicos trabalhem bem para não dar chance para ninguém.
E realmente, pelas seis primeiras das oito voltas da corrida, o camisa 8 tricolor parecia não dar chances para os adversários. Com imensa superioridade, disparou na frente, bateu propositalmente para provocar os amigos e passeou na pista.
Volante dispara, brinca e terminar em segundo
Marquinho acelera durante a corrida
Até que Diguinho teve a ideia de “dar uma oportunidade” aos rivais. Ao lado de Marquinho, que também tinha vantagem em relação aos concorrentes, optou por frear e deixar que todos os outros o ultrapassassem. Na primeira vez, deu certo e ele recuperou a primeira posição. Na segunda, porém, a surpresa: Ricardo Berna virou líder, abriu vantagem e recebeu a bandeira quadriculada.
- O Rubinho deu sorte. Tem que ter revanche. O desafio está lançado – divertiu-se o volante, incrédulo com a derrota.
- Me chamam de Rubinho, mas ele é o mais regular da F-1, o que tem o maior número de GPs. Deixou passar, eu ganho mesmo. Em pontos corridos, o importante é somar pontos. Mais uma vez, fui o número um – rebateu Berna.
A surpreendente vitória do goleiro reserva, porém, só serviu para tornar o encontro ainda mais divertido. Admitindo a armação com Marquinho, Diguinho citou a ordem da Ferrari para que Massa deixasse Alonso vencer o GP da Alemanha, há uma semana, para explicar a manobra infeliz.
- Esperei meu companheiro de equipe. A informação veio no radinho pedindo para ele passar, aí veio o Rubinho (Berna) e não consegui pegar mais. Não é sempre que ele ganha, temos que festejar (risos).
Para Marquinho, ‘marmelada’ serve de exemplo
Ricardo Berna foi o vencedor do desafio
Terceiro colocado, Marquinho também comentou a estratégia frustrada de sua “equipe” e lembrou que o vacilo serve de exemplo para o Fluminense no Brasileirão. Segundo ele, uma vez líder, a equipe tem que se esforçar para não dar chances para os adversários.
- Serve como exemplo. Aqui foi uma brincadeira, no campo é coisa séria. Você acha que íamos deixar o Berna ganhar? Jamais! (risos). Em campo é sempre muita seriedade e objetividade, senão podemos perder até mesmo a vaga na Libertadores. Temos que ganhar todos os jogos. Se der para distanciar, melhor. Ficará menos difícil.
Diguinho fez coro com o companheiro de meio-campo.
Diguinho fez coro com o companheiro de meio-campo.
- Não pode ser como eu fui. Disparei, quase dei uma volta nos rivais e relaxei. O espírito no campo tem que ser de buscar vencer sempre.
Retardatário, Cássio, que bateu duas vezes, minimizou o resultado e ressaltou a importância desse tipo de relação entre o elenco para que o Tricolor continue guiando tranquilo no Campeonato Brasileiro.
- É importante se divertir fora de campo. A rotina é dura, não é fácil, e conciliar isso é válido.
Líder do GP do Brasileirão, com 26 pontos, o Fluminense volta para a pista no próximo domingo, mas dessa vez para guiar com seriedade. O adversário será o Grêmio, às 18h30m (de Brasília), no Olímpico, em Porto Alegre, pela 13ª rodada.
Fonte:Globo.com
Marivaldo Lima
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